Tatuagem interfere no resultado da ressonância magnética?

Descubra se esse aspecto tem alguma influência no resultado dos exames realizados em clínicas e hospitais

Muito se discute sobre o fato de que as tatuagens podem interferir nos exames de Ressonância Magnética. Porém, será que isso é mesmo verdade? E, ainda, se é verdade, qual alternativa resta para as pessoas que possuem alguma tatuagem no corpo? Para entender um pouco mais sobre essa polêmica é preciso conhecer melhor o exame em questão.

A Ressonância Magnética é um exame que permite visualizar em detalhes partes do corpo como os ossos, o tórax, os pulmões, o coração ou os vasos sanguíneos. Seu funcionamento, diferentemente dos exames de Raio-X e das tomografias, não utiliza radiação, o que torna ele mais atrativo para pessoas que não possam ser expostas aos raios.

Contudo, para obter as imagens é necessário um grande ímã. Esse ímã forma um campo magnético e alinha as moléculas de água e hidrogênio para um mesmo lado do corpo. Quando o campo magnético é desligado, a marca deixada é captada pela máquina e essa forma deixada é que vai formar a imagem que será analisada.

Qual é o problema com as tatuagens?

Infelizmente, em alguns casos, as tatuagens podem sim interferir no resultado da Ressonância Magnética. Tudo vai depender, porém, dos ingredientes usados pelo tatuador na hora de fazer a tatuagem. Segundo especialistas, algumas cores de tinta podem causar mais reações do que outras, mas não há um consenso.

Um exemplo: alguns corantes utilizados para formar a tinta na cor vermelha podem conter ferro, que é um elemento magnético. Nesse caso, esse ponto ficaria bastante sensível quando submetido a um aparelho de Ressonância Magnética. Em outras palavras, não é a tatuagem em si o elemento prejudicial, mas sim os elementos químicos presentes em algumas cores de certos tipos de tinta utilizados.

O que pode acontecer nesses casos?

Como já mencionamos, o grande diferencial das máquinas de Ressonância Magnética é o fato de elas não utilizarem raios, mas sim o magnetismo. Esse campo magnético, proporcionado por ímãs extremamente fortes, soma-se às ondas de rádio em uma certa frequência, de forma que as células do organismo reajam. Confira também quais serão os avanços em relação as pesquisas de células-tronco.

O problema ocorre quando há o contato desse campo magnético com o ferro presente na tinta de algumas tatuagens. Ele pode, por exemplo, se transformar em um condutor de eletricidade. Essa reação momentânea é suficiente para, em alguns casos, esquentar a tinta a ponto de provocar queimaduras na pele do paciente.

Outra possibilidade é que o ferro presente nos pigmentos da tinta transforme a tatuagem, dentro da câmara de Ressonância Magnética, em uma espécie de antena. Todas essas reações, além das queimaduras de primeiro e segundo graus, reação mais grave observada, podem ainda causar inchaço e irritações mais profundas.  

Quanto mais próxima a tatuagem estiver de uma área sensível, maiores são as chances de haver algum tipo de reação. Aquelas que se situam perto dos olhos, por exemplo, são consideradas as mais preocupantes. Outras tatuagens faciais, como aquelas delineadoras ou nas sobrancelhas também são motivo de alerta.

É possível fazer uma Ressonância Magnética tendo uma tatuagem?

Também não há uma resposta exata para essa pergunta. Cada caso é um caso, de forma que a resposta mais correta que se pode dar nesse cenário é “depende”. Antes de sugerir uma Ressonância Magnética, cabe ao médico perguntar ao paciente se ele possui algum tipo de tatuagem.

Se a resposta for sim, caberá ao profissional analisar em qual local ela está, o tamanho da área que ocupa e, se possível, a maneira como ela foi feita. Caberá, portanto, ao médico decidir se a Ressonância Magnética pode ser feita sem que haja algum tipo de risco para o paciente. Porém, é importante salientar uma boa notícia.

O risco de se queimar em uma Ressonância Magnética por conta de uma tatuagem é considerado baixo. Os casos reportados em razão disso são raros, mas existem. Por isso, é função do seu médico e também do profissional que ficará responsável por conduzir o exame alertarem das possíveis consequências. Veja também Big Data e telemedicina na saúde e o que essas tecnologias podem auxiliar.

Tatuagem não o único item para ficar atento

 

Embora popularmente tenha se difundido os eventuais problemas que as pessoas com tatuagem podem enfrentar na hora de fazer uma Ressonância Magnética, esse não é o único cuidado que deve ser observado antes do exame. Outros tipos de metais presentes no corpo também devem ser evitados, se possível.

É o caso de aparelhos nos dentes, piercings, maquiagem definitiva, maquiagem que contenha metais, marcapassos, implantes de ouvido ou pinos nos braços e nas pernas. Todos esses itens constituem elementos que têm potencial para resultar em problemas durante um exame e, portanto, o médico precisa estar ciente deles antes de sua liberação.

Em alguns casos – como por exemplo entre as pessoas que utilizam marcapasso -, a recomendação principal será a de evitar o exame e buscar outras alternativas para o diagnóstico. Por mais que os riscos sejam baixos, em todos os casos é a sua saúde que está em jogo. Embora as ressonâncias sejam mais precisas, há outros meios de se obter as mesmas informações.

Exame é simples, mas pode causar desconforto

De acordo com uma pesquisa realizada pelo site Bem Estar, 16% dos entrevistados alegaram que o barulho é o maior incômodo em um exame de Ressonância Magnética enquanto outros 26% alegaram ter claustrofobia e, portanto, a sensação de ficar preso aos cintos durante o procedimento foi a mais desagradável.

A mesma pesquisa mostrou ainda que 12% não perceberam nenhum problema durante o exame, enquanto outros 32% nunca tinham sido submetidos a esse procedimento.

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