Os radiofármacos podem ser utilizados com finalidade terapêutica e diagnóstica não apenas na oncologia, mas em diversas outras especialidades médicas
A medicina nuclear é uma das diversas especializações da medicina, a qual se baseia no uso de materiais radioativos com o objetivo de diagnóstico e tratamento. Para isso, essa área faz um amplo uso dos radiofármacos, compostos sem ação farmacológica que emitem radiação.
Embora diferentes tipos de radiação estejam relacionados ao desenvolvimento de mutações e doenças, a medicina nuclear emprega esse recurso em quantidades mínimas, sempre de forma a manter a segurança dos pacientes e dos profissionais.
A medicina nuclear e as demais especializações da medicina
As terapias baseadas em medicina nuclear são mais conhecidas dentro da oncologia, mas a parte diagnóstica atende a diversas outras especializações da medicina.
Assim, além de fornecer diagnósticos de alta precisão para a pesquisa de tumores, a medicina nuclear também contribui com áreas como cardiologia, pneumologia, gastroenterologia, endocrinologia, nefro-urologia, neurologia, ortopedia, entre outras.
Medicina nuclear terapêutica
A medicina nuclear terapêutica é mais conhecida pela utilização dos radiofármacos no tratamento de diversos tipos de câncer, mas ela também pode ser empregada em terapias não oncológicas. Conheça alguns dos seus principais usos:
- Radioiodoterapia: técnica cada vez mais apontada como tratamento de primeira escolha para o hipertireoidismo e complementar ao tratamento cirúrgico de carcinomas diferenciados da tireoide;
- Radioimunoterapia: utiliza anticorpos monoclonais para a entrega seletiva de radionuclídeos terapêuticos aos tumores, sendo utilizada no tratamento de linfoma, leucemia e tumores sólidos (câncer de pulmão, próstata e ovário);
- Radiosinovectomia: tratamento alternativo à sinovectomia cirúrgica ou química que consiste na injeção local de um radiofármaco para tratar a doença sinovial inflamatória, incluindo a artrite reumatoide, osteoartrite e artrite hemofílica;
- Terapia radiofarmacêutica para dor em metástases ósseas: tratamento paliativo que busca o alívio da dor, redução do uso de opioides, radiação e quimioterapia e melhora na qualidade de vida do paciente com câncer.
Medicina nuclear diagnóstica
Exames de imagem avançados como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética permitem visualizar de forma muito nítida o interior do corpo, permitindo a diferenciação de tecidos saudáveis e lesões, incluindo suas dimensões e volume.
Já os exames que utilizam a medicina nuclear permitem a aquisição de outro tipo de informação: em vez de estudar características anatômicas e estruturais do tecido, eles têm como objetivo a avaliação do comportamento metabólico de diversos órgãos.
Dessa forma, esses exames permitem a detecção de anormalidades funcionais e bioquímicas antes mesmo do surgimento de alterações morfológicas, que apareceriam com o curso da doença, permitindo um diagnóstico ainda mais precoce.
Esse benefício é possível porque determinadas doenças, como o câncer, são radiossensíveis, de forma que regiões com células alteradas absorvem o radiofármaco em um padrão diferente daquele apresentado pelos tecidos sadios, e isso pode ser traduzido em imagens.
Os exames mais utilizados na medicina nuclear são a cintilografia e a tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT).
Veja mais – Diagnósticos precoces e sua complexidade na medicina nuclear.
-Cintilografia
A cintilografia reúne diversos exames de diagnóstico por imagem com base na cintilação, o fenômeno da formação da imagem de acordo com a radiação gama emitida pelos elementos radioativos absorvidos pelo órgão em estudo.
Os exames cintilográficos são úteis em diversas especializações da medicina, permitindo a análise do miocárdio, glândulas salivares, fígado, baço, vias biliares, vesícula biliar, tireoide, ossos, rins, testículos, linfonodos, pulmões, cérebro, medula óssea, vasos sanguíneos etc.
-PET/CT
Também conhecido como PET-Scan, este exame é feito por um aparelho que reúne a tecnologia da tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tecnologia da tomografia computadorizada multislice (CT).
Dessa forma, aliam-se as imagens tridimensionais de altíssima resolução obtidas pelo CT, que permitem diferenciar nódulos, tumores, massas etc., com o mapeamento metabólico/funcional fornecido pelo PET.
O PET/CT é utilizado para investigar a atividade de tumores e a eficácia do tratamento, mensurar os danos sofridos em caso de infarto, avaliar anormalidades como tumores, diagnosticar e diferenciar demências e doenças degenerativas (Alzheimer, Parkinson etc.).
Especializações da medicina: Principais radiofármacos utilizados na medicina nuclear
Os radiofármacos são moléculas não radioativas (ligantes) associadas a elementos radioativos (radionuclídeos ou radioisótopos). A função das moléculas ligantes é dirigir o radionuclídeo até o órgão ou processo em estudo ou tratamento.
Na medicina nuclear terapêutica, são utilizados radiofármacos que emitem partículas beta ou alfa, altamente seletivas para atingir células ou tecidos específicos, impedindo a multiplicação de células malignas ou funções como a inflamação.
Já na parte do diagnóstico, os radiofármacos se ligam com mais intensidade em células com atividade metabólica muito elevada, como as células tumorais, distribuindo-se de acordo com a localização dessas estruturas pelo corpo – o que pode ser capturado pelo aparelho.
Conheça os radiofármacos mais utilizados nas duas áreas da medicina nuclear:
– Medicina nuclear terapêutica
- Iodo-131: radioiodoterapia e radioimunoterapia;
- Ítrio-90, lutécio-177 e cobre-67: radioimunoterapia;
- Itrio-90, rênio-186 e ouro-198: radiosinovectomia;
- Samário-153, estrôncio-89 e fósforo-32: tratamento paliativo de dores por metástases ósseas.
– Medicina nuclear diagnóstica
- Gálio-67: detecção de câncer em certos órgãos e varredura de corpo inteiro;
- Tecnécio-99: cintilografia óssea;
- Tálio-201: estudo de doenças cardíacas, detecção de alguns tipos de câncer;
- Iodo-123 e iodo-131: diagnóstico do câncer de tireoide.
Laudos de medicina nuclear a distância
A tecnologia avançada dos exames de medicina nuclear oferece ainda mais possibilidades quando é combinada com a telerradiologia para o fornecimento de laudos a distância. Saiba mais sobre os laudos de medicina nuclear.
Empresas como a DiagRad fornecem esse serviço em um sistema de plantão 24 horas, de forma que laudos urgentes sejam entregues em até 30 minutos e laudos de exames de rotinas fiquem prontos em no máximo 15 horas.
Os laudos de cintilografia são emitidos por médicos nucleares, enquanto os laudos de PET/CT são feitos pelo médico nuclear em conjunto com o médico radiologia. Além disso, a DiagRad conta com profissionais especialistas em oncologia, fornecendo um alto grau de confiança.
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