Como a Telessaúde e telemedicina ajudam salvar vidas no Brasil

Profissionais da saúde de localidade menores e distantes dos grandes centros são orientados por médicos experientes por meio da plataforma.

Telemedicina no Brasil

Pacientes e profissionais da área da saúde de todas as regiões do Brasil, mesmo em cidades menores e mais distantes, estão sendo beneficiados pela rede de telemedicina e telessaúde que já está consolidada no País. Casos de diferentes graus de gravidade são discutidos entre profissionais que podem estar a quilômetros de distância e salvar a vida de pessoas, mesmo em unidades de saúde que não têm um quadro de especialistas completo. Também é uma forte ferramenta de aprendizado para estudantes e um método de aperfeiçoamento para pessoas que já estão formadas.

Desde 2012, mais de 7 mil pacientes de 12 Estados foram atendidos por profissionais do Hospital Israelita Albert Einstein por meio da tecnologia. Foram, principalmente, pessoas que chegaram a unidades de saúde com quadros de derrame, enfarte ou vítimas de graves acidentes. “Temos 26 hospitais ligados a esse projeto para emergência e terapia intensiva. Eles podem entrar em contato todos os dias da semana, 24 horas por dia. É como um kart móvel com recursos de áudio e vídeo e conseguimos acompanhar o médico e o paciente em tempo real. Assim que o paciente chega com um AVC, por exemplo, o neurologista do Einstein atende remotamente mesmo quando o hospital não tem a estrutura”, explica Milton Steinman, coordenador do serviço de telemedicina do hospital.

Steinman diz que o procedimento pode ser determinante para a evolução do quadro do paciente. “Quando o paciente entra na terapia intensiva, as primeiras horas são as mais importantes. No caso de um AVC, você muda o destino entre viver e morrer.”

 

Mudança de hábito na Telemedicina

O coordenador explica que, apesar da expansão da rede, sua utilização ainda é um desafio. “Como é uma tecnologia nova, causa uma mudança de cultura. Normalmente, quando o médico não tem o recurso, ele pede para transferir o paciente para outro hospital, mas a tecnologia evita transferências desnecessárias e dá mais segurança ao paciente e ao profissional de saúde, que vai receber conhecimentos de um profissional mais experiente. É uma ação que tem um impacto imediato.”

Em julho, a Prefeitura de São Paulo começou a implementar o programa Telessaúde Redes nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital. A iniciativa não é voltada apenas para médicos. “Qualquer profissional pode mandar dúvidas para consultores, dentista, médico, enfermeiro. Há três dimensões de dúvidas: como conduzir o caso, gestão das vagas para especialidades e políticas de saúde implementadas na cidade. As dúvidas são enviadas para teleconsultores, que têm 72 horas para responder”, explica Elaine Giannotti, coordenadora da regulação do município.

O projeto teve início com 29 unidades, passou para 122 em outubro e o objetivo é chegar a 256 UBSs até dezembro. A cidade tem 453 unidades ao todo.

 

Projetos em São Paulo e mais 21 cidades

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolve um projeto na área que engloba unidades do município de São Paulo e outras 21 cidades do entorno. São 529 unidades de saúde que utilizam a tecnologia.

“Telemedicina e telessaúde são nomes que se confundem no Brasil. A telemedicina diz respeito a web conferências, grupos de médicos, grupos de interesses especiais. O paciente se beneficia de forma indireta, porque o profissional acaba aprendendo. Na telessaúde, um profissional de saúde dá assistência a outro por meio de uma plataforma. Fornecemos cursos que vêm da demanda dos profissionais e, em telessaúde, fazemos atendimentos na região sudeste de São Paulo, mas nossa plataforma conversa com a da Prefeitura”, diz Claudia Novoa Barsottini, professora do Departamento de Informática em Saúde da Unifesp.

Na rede estadual, um projeto-piloto de atendimento médico a distância foi implantado na região da Baixada Santista em 2014 e é administrado pela Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross).

“A telemedicina serve para que, em tempo real, equipes médicas da Cross e dos serviços hospitalares discutam quadros clínicos de pacientes por meio de videoconferência. Casos mais complexos podem ser discutidos com equipes médicas de cinco hospitais universitários considerados referências nacionais: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Hospital São Paulo, Hospital Santa Marcelina de Itaquera e Hospital Brigadeiro”, diz, em nota, a Secretaria de Estado da Saúde.

 

Eficiência da Telemedicina

Entre janeiro de 2015 e setembro deste ano, foram registrados mais de 19 mil atendimentos em 27 unidades de saúde de 9 municípios da região. Entre 2012 e 2015, neurologistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz atuaram em um projeto que englobou 7 hospitais e atendeu 150 pacientes. O foco eram casos de AVC que chegavam em emergências de hospitais públicos que não tinham neurologistas.

“Essa tecnologia é tão segura quanto a medicina presencial. A interação é audiovisual. Especialistas com experiência em AVC viam os monitores, recebiam as imagens das tomografias e, a partir delas, faziam a discussão do caso com o médico. Com essa relação com a máquina, conseguimos reduzir em 26% a morte de pacientes e também tivemos queda no tempo de internação”, afirma Jefferson Gomes Fernandes, superintendente de Educação e Ciência do hospital. Ele disse que o projeto está sendo reformulado para ser retomado.

O hospital oferece também cursos para profissionais de todo o País e tem, hoje, 10,4 mil alunos que são profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).

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