Saiba quais medidas podem ser adotadas na sua clínica ou hospital para aderir a campanha setembro amarelo e ajudar na prevenção ao suicídio nesses espaços.
O setembro amarelo é uma campanha realizada no Brasil desde 2015 na qual o objetivo é realizar o combate ao suicídio em hospitais, clínicas, escolas e demais locais, incentivando o debate da sociedade acerca desse tema tão complexo e sensível.
A campanha foi iniciada no país pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). Os esforços, entretanto, acontecem em nível mundial com a IASP (Associação Internacional para Prevenção do Suicídio).
A escolha do mês tem relação com o fato de que no dia 10 de setembro é comemorado o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, o que motiva que todo o mês seja destinado ao diálogo sobre esse tema que muitas vezes é considerado um tabu na sociedade, o que dificulta buscar ajuda e prevenção.
Quais os números do suicídio no Brasil e no mundo?
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) a estimativa é que 800 mil pessoas morram dessa forma por ano em todo o mundo, o que representa uma média de um suicídio a cada 40 segundos. Esse valor equivale a 1,4% do total de óbitos.
A maioria dos suicídios acontece em países com renda média e baixa, que representam 78% do total dos casos. No mundo, a OMS estima que apenas 28 países desenvolvam estratégias de saúde pública para prevenção e combate a esse tipo de morte.
A maior média de suicídios está entre os homens, que mundialmente representam 15 óbitos a cada 100 mil habitantes, enquanto as mulheres representam 8 a cada 100 mil.
No Brasil, a estimativa é de 32 mortes por dia com o suicídio, o que representa números maiores que vítimas de AIDS e muitos tipos de câncer, por exemplo. Essa quantidade representa um óbito por suicídio no país a cada 45 minutos.
Uma questão importante, entretanto, é que as estimativas da OMS indicam que 9 em cada 10 casos poderiam ser evitados e prevenidos.
Atualmente, o grande problema que impede a redução desses índices é que as pessoas evitam falar sobre o tema, seja por desconhecimento ou medo, o que impede de reconhecer os sintomas em pessoas próximas.
Dessa forma, é preciso compreender que não é necessário combater o suicídio em hospitais e clínicas apenas, sendo fundamental um esforço de toda a sociedade para que esse problema possa ser conversado e superado.
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Quais os sintomas da depressão?
Ainda que nem todos os casos de suicídio estejam diretamente relacionados com a depressão, se atentar aos sintomas dessa doença pode contribuir para identificar tendências suicidas entre conhecidos e buscar ajuda para um suporte e tratamento adequados.
Alguns sintomas que podem ser apresentados por pessoas que estejam iniciando um quadro de depressão são:
- tristeza recorrente;
- desânimo e perda de interesse pelas coisas;
- choro com frequência;
- não sentir prazer por atividades que antes gostava;
- mudanças no apetite, seja com aumento ou diminuição;
- insônia ou muita vontade de dormir.
Esses são alguns dos indicativos que demonstram que a pessoa não está bem e precisa de auxílio especializado. Tais sintomas podem ser percebidos em familiares, amigos, colegas de trabalho ou mesmo pessoas menos próximas.
Não necessariamente uma pessoa com depressão demonstrará tais sintomas o tempo todo, sendo comum que eles alternem com dias que o indivíduo aparente estar bem e até mesmo feliz. Esses fatores dificultam identificar a doença.
Ainda assim, é importante que ao perceber tais ocorrências, a pessoa ofereça apoio e suporte, inclusive procurando ajuda especializada para isso e também mostrando à pessoa com depressão a importância de um tratamento adequado para superar o problema.
Leia também – O posicionamento do paciente influencia no diagnóstico?
Como combater o suicídio em hospitais e clínicas?
Pensando na complexidade do combate ao suicídio em hospitais, clínicas e na sociedade como um todo é fundamental que instituições de saúde façam parte e engajem-se na campanha Setembro amarelo, principalmente devido à ocorrência de depressão em paciente com doenças e problemas de saúde.
Existem algumas medidas simples que permitem aderir à campanha e fazer a prevenção e combate ao suicídio em hospitais e clínicas médicas. A CVV destaca 07 passos que podem ser adotados por essas instituições:
- inserir na fachada da clínica ou hospital o laço amarelo que é o símbolo das campanhas de prevenção ao suicídio, assim como optar por adotar uma iluminação de cor amarela no prédio, demonstrando apoio à campanha;
- fixar cartazes da campanha “Falando Abertamente” nos locais nos quais há a circulação de pacientes e funcionários, utilizando os materiais de divulgação oficiais;
- realizar a divulgação do banner da campanha no site institucional e também adicionar um link para que os usuários possam acessar o site do Setembro Amarelo para conhecer melhor a campanha;
- utilizar espaços de divulgação do hospital ou clínica para falar ou repercutir a prevenção ao suicídio e a campanha Setembro amarelo, como por exemplo as páginas pessoais dos profissionais, redes sociais e site institucional;
- contribuir para a distribuição da cartilha “Falando Abertamente Sobre Suicídio”, elaborada pelo CVV que tem dicas, números e informes para conscientizar sobre o suicídio na sociedade e formas de preveni-lo;
- distribuição de uma fita amarela que pode ser usada na roupa ou no pulso para demonstra adesão à campanha. Esses itens também podem ser usados pelos colaboradores durante o mês de setembro;
- o hospital ou clínica ainda podem realizar a confecção e distribuição de faixas, camisetas, marcadores de página, folders, adesivo e outros materiais com os slogans de divulgação da campanha.
Com essas dicas, é possível realizar a conscientização sobre o tema, sendo que o combate ao suicídio em hospitais e clínicas é fundamental para que esse tema possa ser mais abertamente discutido na sociedade, protegendo à vida e garantindo o acesso à informação de qualidade.
Caso identifique pessoas com tendências suicidas é possível entrar em contato com o CVV que fornece ajuda gratuita e 24 horas para esses casos como por telefone (188), e-mail e outros canais.
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