Saiba quais critérios avaliar na leitura do eletrocardiograma e conheça os parâmetros regulares de cada derivação.
O eletrocardiograma, ou ECG, é um importante exame que auxilia na identificação, muitas vezes precoce, de doenças cardiovasculares. Para um bom diagnóstico, no entanto, é essencial que a leitura de eletrocardiograma seja correta e considerando as particularidades do exame.
O médico radiologista responsável pela leitura de eletrocardiograma deve ter em mente que o exame pode ser solicitado para rotina médica a partir dos 30 anos. Nos homens, a partir dos 45 o exame torna-se essencial principalmente se houver quadros de doenças cardiovasculares na família.
Portanto, a solicitação do ECG pode ser realizada tanto para atender uma demanda de rotina quanto uma emergência, sendo essencial que o médico mantenha-se atento em todas as variáveis para realizar uma leitura de eletrocardiograma mais assertiva.
Como funciona o ECG?
O ECG consiste em um registro gráfico da atividade elétrica do coração. Ele apresenta uma sucessão de ciclos cardíacos (P-QRS-ST-T-U) com diferentes desenhos que representam 12 derivações da atividade elétrica do miocárdio sendo:
- seis no plano frontal das extremidades colhidas nos membros;
- seis no plano horizontal presentes no precórdio.
Antes de iniciar a leitura do eletrocardiograma é essencial que o médico verifique se o exame tem qualidade, avaliando a precisão e eficiência desde a calibração até a realização em si. Alguns critérios usados para confirmar a qualidade do exame são:
- verifique a velocidade e a amplitude do ECG, sendo que a primeira deve manter-se em 25 mm/s, enquanto a segunda deve ficar em 1 mV por 10 mm;
- observe se é possível identificar as 12 derivações do exame, avaliando-o de forma mais completa.
Se não houver clareza na leitura dessas informações no eletrocardiograma é recomendado que o exame seja realizado novamente para evitar problemas no diagnóstico e verifique-se o aparelho de ECG.
Como fazer a leitura de eletrocardiograma?
Caso o exame apresente as características recomendadas para uma boa leitura, o profissional deve conhecer o passo a passo de como fazê-la com mais qualidade, além de considerar as particularidades e sintomas apresentados pelo paciente.
Frequência cardíaca
A leitura de eletrocardiograma tem início com a identificação da frequência cardíaca. Esse dado auxilia na identificação de taquicardias ou bradicardias, além disso revela a presença de patologias relacionadas ao batimento cardíaco e a gravidade da condição.
A frequência cardíaca é medida usando a regra 300/150/100/75/60/50/30/20/10. Cada minuto equivale a 300 “quadrados” no ECG, sendo preciso calcular quantos exitem entre um topo e outro da onda R. Quando há 1 quadradinho em cada onda significa que a frequência cardíaca é de 300 BPM.
Ritmo cardíaco
Depois de verificar a frequência cardíaca é o momento de calcular se o ritmo cardíaco está dentro dos parâmetros esperados. Essa análise deve ser realizada considerando o espaço entre os quadrinhos ocupados no exame.
O ritmo cardíaco deve ser verificado consultando a distância entre os complexos QRS são semelhantes e se a onda P é gerada no nó sinusal.
Cálculo do intervalo PR
Refere-se ao cálculo entre a linha que liga o fim da onda P ao início do QRS e do intervalo QT (sístole elétrica ventricular). Em pacientes em situações dentro dos parâmetros, o intervalo PR deve manter-se entre 0,12 s e 0,20 s. Já o intervalo QT pode variar entre 350 ms e 450 ms.
Eixo elétrico
Por fim, o médico deverá fazer a leitura do eixo elétrico, verificando se ocorrem alterações no segmento ST (consiste no período de tempo em que não há atividade entre a despolarização e repolarização do ventrículo). Os parâmetros usados nessa avaliação são os seguintes:
- de -30° a 90° o exame está dentro do esperado e apresenta eixo normal;
- entre -30° e -90° significa que o eixo está desviado à esquerda;
- de 90° a 180° quando o eixo é desviado à direita;
- entre -90° e -180° quando ocorre o desvio extremo do eixo elétrico.
A partir dessa análise será possível determinar se há a presença de alterações no eletrocardiograma e assim encaminhar o paciente para um tratamento mais acertado de acordo com o quadro identificado.
Quais os erros mais comuns em eletrocardiogramas?
Assim como outros exames, o ECG e a leitura de eletrocardiograma são passíveis de diversos erros no processo que podem prejudicar o diagnóstico correto do paciente e assim interferir negativamente no tratamento. Entre os erros mais frequentes podem ser destacados:
- interferência eletromagnética, como devido à presença de um celular próximo do paciente no momento do exame;
- interferências musculares causadas por movimentos de contração ou relaxamento;
- interferência do próprio eletrodo em contato com a pele;
- problemas no equipamento, como defeitos ou limitações técnicas;
- erros humanos, que podem ser causados no momento de realização do exame e também na leitura de eletrocardiograma;
- nervosismo do paciente, causando alterações no resultado do ECG.
Portanto, devido a esses diversos problemas que podem ocorrer na realização do eletrocardiograma é essencial que o profissional responsável tenha domínio sobre o aparelho e controle da situação.
O médico responsável pela leitura de eletrocardiograma também precisa ter os conhecimentos técnicos esperados, além de conhecer o quadro do paciente antes de emitir um diagnóstico final, aumentando as chances de uma leitura correta e que viabilize um melhor encaminhamento para o paciente.
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