Da internet para o DNA: o desenvolvimento da tecnologia em favor da telerradiologia

Conheça o incrível projeto que pode desvendar todos os mistérios do DNA, inaugurando uma nova era para a tecnologia e para a cura das doenças na telerradiologia!

A internet pode ser considerada uma das principais responsáveis pela última revolução que tivemos no mundo.  Inclusive a internet à favor da telerradiologia com seus laudos a distância.

Desde o início dos anos 90 até os dias atuais, a velocidade com que praticamente todas as formas de trabalho se transformaram deve-se em boa parte às possibilidades que a rede mundial de computadores proporcionou.

Assim como em outros ramos, na medicina não foi diferente. Os avanços da internet permitiram que cientistas e pesquisadores pudessem criar uma verdadeira rede global, compartilhando informações em tempo real no mundo inteiro em prol de melhorar a saúde dos seres humanos. Os resultados conquistados são gigantescos e hoje cuidar da saúde é um ato muito diferente do que se fazia há 20 anos atrás.

Novos remédios, novas formas de tratamento e novas maneiras de se relacionar com pacientes mudaram – e ainda mudam a cada dia – a forma como cuidamos do nosso corpo e da nossa mente. Um exemplo bem claro que podemos observar com relação a isso diz respeito à telemedicina, em especial no caso da telerradiologia.

Hoje, é possível fazer um exame em qualquer parte do mundo e enviá-lo para uma central repleta de especialistas para que eles possam elaborar o laudo a distância em questão de minutos.

Nesse sentido, as barreiras físicas deixaram de existir e mesmo clínicas e hospitais localizados em regiões remotas, de difícil acesso ou com poucas condições têm, em tese, a chance de fazer com que seus exames cheguem com facilidade nas mãos de renomados especialistas.

Uma nova revolução está a caminho

Os benefícios que a telerradiologia trouxe para o nosso dia a dia são apenas a ponta do iceberg de uma revolução incrível que está em curso, e da qual a medicina será uma das grandes protagonistas. Desde o final de 2014, um grupo de geneticistas e programadores está desenvolvendo meios de se usar a internet para troca de informações sobre o DNA.

O grupo, intitulado Aliança Global para Genômica e Saúde (Global Alliance for Genomics and Health) tem como objetivo desenvolver uma série de ferramentas que tornem mais fácil a decodificação, a busca e o compartilhamento de informações relacionadas à estrutura genética dos seres humanos.

Uma das primeiras ideias, já em fase avançada de testes, é a criação de um mecanismo e busca que permita aos pesquisadores encontrar letras de DNA em milhares de genomas humanos armazenados em mais de uma dezena de universidades. O “Google do DNA” conta com o apoio de diversas gigantes do mundo da tecnologia, inclusive a própria Google.

Da internet das coisas à internet do DNA

Se a indústria da tecnologia foca seus esforços hoje em produtos para o consumidor relacionados à chamada “internet das coisas” – os dispositivos vestíveis, como relógios, pulseiras e colares, capazes de se conectar à internet – cientistas e grandes laboratórios estão investindo altas quantias em projetos relacionados ao mapeamento das estruturas de DNA.

A ideia é que, a partir de um sistema único, pesquisadores de outras instituições em todo o mundo possam criar aplicações específicas para acessar essa base de dados, coletando assim as informações que desejam.

Esse processo pode ser feito por meio das interfaces de aplicação, as chamadas APIs, que fazem a requisição dos dados necessários e entregam ao pesquisador de forma bruta ou já tabulada.

As técnicas adotadas anteriormente e que já tenham se mostrado bem-sucedidas agora ficariam ao alcance de qualquer pessoa habilitada para acessar os dados dessa rede.

Uma ferramenta de código aberto

Assim como os protocolos W3C, mantidos pelo World Wide Web Consortium, a ideia é que as pesquisas relacionadas ao genoma tenham também as suas próprias características, criando uma espécie de internet dedicada apenas para essa finalidade.

Essa iniciativa, além de tornar as informações mais acessíveis a todos, deve também reduzir o tempo e, consequentemente, os custos de um processo como esse.

 

Para se ter uma ideia, o custo até então de decodificação de uma sequência de genoma ficava em torno de US$ 10 mil (o equivalente a R$ 33 mil) e hoje já apresenta um valor médio de US$ 2 mil (o equivalente a R$ 6,5 mil).

Obviamente, ainda estamos falando de um valor alto, mas ainda assim é notória a evolução nesse sentido.

Do problema à solução

Para montar esse gigantesco banco de dados foram usadas informações genéticas de mais de 100 mil voluntários de todas as partes do mundo. Mesmo com essa quantidade aparentemente significativa, um mapeamento preciso requer uma evolução constante da tecnologia.

Os especialistas apontam que em vez das informações genéticas de milhares de pessoas, deveriam ser milhões.

Mesmo que houvesse mais de um milhão de genomas cadastrados, ainda assim os pesquisadores teriam outro problema: como processar essa imensa quantidade de dados.

Dessa forma, as redes específicas permitiriam avançar nas duas frentes: obter mais dados de voluntários e, ao mesmo tempo, descentralizar o processamento, permitindo que as requisições e as pesquisas sejam feitas de forma individualizada ao redor do mundo.

Como você pode perceber, a telerradiologia com os seus laudos a distância é apenas o começo de algo grandioso que ainda está por vir na medicina. Quem viver, verá as maravilhas que a ciência poderá ser capaz na tentativa de nos proporcionar uma qualidade de vida cada vez maior.

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