Caso clínico: Mulher, 72 anos, Parestesia progressiva nas mãos e nos pés

Uma paciente do sexo feminino, de 72 anos de idade, apresentava queixa de parestesia progressiva nas mãos e nos pés.

Os exames de imagem mostraram um hipersinal em T2 e STIR que estava acometendo as colunas dorsais da medula espinhal cervical e torácica, além do bulbo. O contraste paramagnético não revelou nenhum realce.

Com a análise do laudo a distância, as imagens obtidas pelo exame foram sugestivas de degeneração combinada subaguda da medula espinhal, que ocorre devido à deficiência de vitamina B12.

Degeneração combinada subaguda da medula espinhal

Essa condição faz com que as fibras nervosas que controlam os movimentos musculares e as sensações sejam danificadas, resultando em fraqueza, formigamento e torpor nas mãos e nos pés (correspondendo à parestesia relatada pela paciente).

As pessoas acometidas pela doença também podem apresentar sonolência excessiva, irritação e confusão mental.

A sensação de formigamento, ou mesmo de agulhadas, se torna constante e piora com o passar do tempo.

Os membros do paciente podem apresentar rigidez, dificultando seus movimentos e sua locomoção. O paciente pode até mesmo perder o sentido de posição, ficando sem saber onde seus membros estão no espaço.

Estima-se que essa doença atinja 1 pessoa em cada 10 mil, prevalecendo entre os 50 e os 80 anos de idade – faixa etária da paciente deste caso clínico.

A etiologia da doença é decorrente de má-absorção, ingesta insuficiente ou outras condições metabólicas que levem à insuficiência da vitamina B12.

A degeneração combinada subaguda da medula espinhal pode estar relacionada à desnutrição, anemia perniciosa, doença de Chron, ileite terminal e vegetarianismo estrito, entre outras condições.

Como a vitamina B12 participa do processo de formação e manutenção da bainha de mielina, sua deficiência acaba danificando essa estrutura.

Diagnóstico

O diagnóstico da degeneração combinada subaguda da medula espinhal se dá pelos achados dos exames de imagem e pela dosagem sérica da vitamina B12, que estará em concentração reduzida.

O tratamento com reposição da vitamina B12 resulta em melhora dos sintomas descritos pelo paciente e também em melhora dos achados nos exames de imagem.

São obtidos resultados mais significativos quando o tratamento é iniciado precocemente.

Diagnósticos diferenciais

Como diagnósticos diferenciais para esta paciente, poderiam ser considerados os seguintes quadros:

  • Isquemia medular: quadro clínico hiperagudo com sintomatologia predominantemente motora e alteração de sinal mais anterior ou central.
  • Desmielinização: lesões mais focais, sem especificidade pelas colunas dorsal ou lateral com quadro clínico característico.
  • Infecções: os achados de imagem podem ser semelhantes. O quadro clínico e laboratorial pode auxiliar na diferenciação.
  • Mielite Transversa: apresentação aguda com aumento volumétrico, sem predileção pela coluna posterior.

Nos exames de imagem, os achados são o hipersinal em T2 e STIR confinado à coluna dorsal da medula espinhal, podendo eventualmente acometer a coluna lateral, e o sinal do “V” invertido nos cortes axiais. Pode haver discreto realce.

A importância da telerradiologia no diagnóstico

Como você pode perceber, o caso ilustrado acima teve seu diagnóstico mais apurado constatado a partir de um laudo a distância, cuja precisão nos resultados permitiu a correta identificação de forma rápida e precisa.

Tal constatação não é por acaso e indica o amplo potencial que os sistemas de telerradiologia têm para contribuir com a medicina.

Há grandes vantagens nos métodos de diagnóstico feitos online. As mais óbvias dizem respeito à agilidade dos atendimentos.

Na maioria dos casos, o resultado do exame é disponibilizado online para a clínica, o hospital ou para o paciente em menos de uma hora, o que certamente contribui para que o tratamento necessário possa ser feito de maneira mais rápida e eficaz.

Entretanto, é na qualidade do resultado final que reside um dos principais diferenciais dessa metodologia.

Uma central à sua disposição

Quando as imagens são obtidas no exame, no mesmo momento elas são enviadas online para uma central de radiologia, que conta com dezenas de profissionais para atender às demandas que chegam de todo o Brasil.

A diferença, nesse caso, é a metodologia de trabalho de algumas empresas, como é o caso da DiagRad. Para garantir que a qualidade será acima da média, a DiagRad subdivide seus profissionais em especialidades.

Assim, um técnico responsável por exames de cabeça e pescoço, por exemplo, dará mais atenção a esse tipo de exame, enquanto outros vão se dedicar a abdome e tórax, entre outras especialidades.

Essa característica faz com que os profissionais tenham um perfil menos generalista, como acontece em clínicas e hospitais justamente pelo fato de a demanda ser ampla e o quadro de pessoas ser mais reduzido.

Dessa forma, esse diferencial garante que um especialista no tema vai se debruçar sobre as imagens para produzir os laudos, aumentando as chances de que o resultado seja melhor elaborado e menos susceptível a refações.

Custos mais baixos

Por fim, some a todas essas qualidades o fato de que, em geral, a telerradiologia consegue entregar laudos de exames médicos com um custo unitário menor do que aqueles laudados internamente.

Isso é possível por conta das tecnologias utilizadas na infraestrutura necessária para que a metodologia funcione. O hospital ou a clínica não precisam ter um número mínimo de laudos contratados, o que faz com que os custos acompanhem a demanda.

Matérias Relacionadas

Receba Novidades
sobre gestão hospitalar e tendências da telerradiologia