Telemedicina ajuda a garantir a saúde de astronautas que estão no espaço

Mesmo muito longe da Terra, astronautas usam os recursos proporcionados pela medicina a distância para terem dados atualizados sobre seu estado de saúde

Quando pensamos nos astronautas, geralmente nos vêm à cabeça uma série de atividades de rotina que os vemos fazendo nos filmes. Trabalhar nos paneis, internos e externos, conduzir testes com itens que foram levados a bordo ou ainda alguma brincadeira qualquer que faz com que eles flutuem dentro da nave espacial por conta da ausência de gravidade.

Porém, tenha em mente também que as viagens que eles fazem costumam ser longas, muitas vezes durando mais de um ano. Nesse intervalo de tempo, o espaço pode causar os mais variados efeitos no corpo humano, efeitos esses que ainda os desconhecemos por completo, mas que precisam ser monitorados pelos especialistas que estão no comando de uma missão.

 

 

Mas de que maneira os astronautas e os médicos responsáveis se mantém atualizados com os dados de saúde dos pacientes? Boa parte dos procedimentos só é possível graças aos avanços da telemedicina, que permite que certos exames sejam feitos à distância. Vamos entender um pouco mais como isso funciona.


Controlando a saúde dos pacientes

Já faz um bom tempo que os médicos da NASA, a agência espacial norte-americana, conseguem se comunicar com as suas equipes que estão no espaço. Alguns astronautas chegavam a integrar missões curtas no espaço apenas a fim de verificar como os efeitos da ausência de gravidade impactam no corpo humano.

Porém, o desenvolvimento da tecnologia permitiu que as estadas se tornassem mais extensas, de forma que foi preciso pensar em uma nova estratégia. Nesse momento, veio a calhar o atendimento remoto, ou seja, a telemedicina combinada com os laudos a distância.

 

 

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Dessa forma, os atendimentos podem cobrir desde as doenças mais corriqueiras até aqueles atendimentos que possam ter um caráter de maior urgência.

Mexendo com a saúde

Um dos fatores que mais chamam a atenção de médicos e pesquisadores é a maneira como a ausência de gravidade impacta no corpo humano. De acordo com uma série de estudos já produzidos, o condicionamento dos ossos e dos músculos bem como os sistemas circulatório e imunológico são bastante afetados com a nova rotina de vida.

Assim, tanto os astronautas quanto os médicos que os atendem precisam estar preparados, trabalhando de forma colaborativa a todo momento. No caso da NASA, essa missão fica sob a responsabilidade da equipe de Saúde Humana e Performance.

A telemedicina entra em cena

Para quem não sabe ainda, a telemedicina é o fenômeno que ocorre quando a ciência médica se utiliza dos recursos tecnológicos para permitir que pacientes, mesmo a distância, possam ser analisados ou tratados por médicos especialistas nas mais diversas áreas. Não se trata da substituição do profissional pela máquina, mas sim da aproximação do paciente aos médicos mais capacitados existentes, ainda que eles estejam fisicamente distantes.

No caso dos astronautas, a videoconferência, por exemplo, é uma das formas encontradas pelos astronautas para que eles possam se consultar com os seus médicos. A partir da percepção de certos sintomas, os profissionais podem sugerir tratamentos preventivos para que a estadia longe da Terra seja menos desconfortável para a saúde.

 

Outro procedimento que vem sendo utilizado em larga escala para laudos a distância, segundo artigo publicado pela Harvard Business Review, é o ultrassom. Para os médicos, esse é um prenúncio de que outros tipos de tratamento podem seguir o mesmo caminho, como é o caso dos tratamentos dentais, da acupuntura ou mesmo de pequenas cirurgias.

Para que tudo isso funcione de forma satisfatória, o principal requisito é o mesmo que se exige de clínicas e hospitais por aqui: internet de boa qualidade para que possa ser possível enviar e receber imagens de alta qualidade. A situação pode parecer curiosa, mas casos como esses são mais comuns do que se parece em se tratando de viagens espaciais.


Consulta virtual

O Nexo Jornal conta um caso em que um astronauta que estava em órbita, durante uma missão de seis meses, começou a sentir uma dor no joelho que comprometia as suas funções. Nesse caso, foi realizado um ultrassom no espaço e, com a ajuda de um ortopedista, as imagens eram visualizadas em tempo real.

Após o laudo a distância, os médicos prescreveram alguns remédios e uma redução na rotina de exercícios – o suficiente para que o paciente pudesse concluir a sua missão sem maiores transtornos.

Ou seja, a NASA trabalha usando a tecnologia em favor dos astronautas. A distância de casa não impede que eles tenham toda a assistência de quem necessitam durante uma missão. Além disso, cada viagem em específico requer um planejamento diferenciado, que leva em consideração as peculiaridades de cada um dos tripulantes bem como as condições de saúde que vão se modificando com o passar do tempo.

Treinamento e materiais básicos

Para que tudo isso funcione muito bem, os dois lados precisam estar muito bem preparados. No caso dos astronautas, eles recebem treinamentos específicos na área de saúde – especialmente aqueles relacionados a condições adversas que têm maior potencial de acontecer. Alguns dos integrantes recebem treinamento de paramédico, de forma que possam auxiliar os demais na missão.

Por fim, os astronautas levam a bordo alguns medicamentos que podem ser de extrema valia em casos mais urgentes. Enjoo, irritação na pele e dores musculares, por exemplo, estão entre os problemas mais comuns, que afetam até 60% dos astronautas em algum momento.

Por fim, antes de ir para o espaço, os astronautas simulam exaustivamente situações reais de forma que em caso de emergência todos estejam preparados para resolver o problema.

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